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Homenagem ao circo:homenagem ao palhaço Soró.

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Mensagem por Cimberley Cáspio Sex 16 Fev - 13:47

Por Mario Rosa - Poder360/ reproduzido e editado p/Cimberley Cáspio



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Foto de Mário Rosa


O palhaço quer o aplauso, quer ser amado, quer casa cheia. E nada mais solitário do que o antes de subir ao palco. Palhaços nunca podem perder a graça.

Falo ainda sob o impacto do espetáculo protagonizado pelo magistral palhaço Soró. Assisti à sua apresentação quando a turnê de sua trupe passou pela remota Barra Grande, no litoral do Piauí, quase na divisa do Ceará. Soró é uma aula de tudo que se precisa ter para sobreviver na selva da vida pública.

O circo do palhaço Soró não é, digamos assim, nenhum Cirque du Soleil. Sua lona, que roda esse mundão do Brasil profundo, está desbotada e um tanto rota. Tem quilometragem. Ainda assim e apesar de tudo, todas as noites, em algum lugar deste Brasilzão, Soró entrará em cena. Com casa cheia ou não. Cruzará a lona do fundo do palco para encarar o público que houver. E declamará suas palhaçadas com a mesma animação.

No circo do palhaço Soró, a grande estrela – ele – é o ápice do espetáculo. Antes, vêm os correligionários: o engolidor de fogo, o equilibrista, o palhaço assistente.

A graça não é o humor pasteurizado e politicamente correto dos humorísticos da TV. Ali, o Brasil se vê como é. Num dos momentos, a plateia morre de rir de Soró falando do assalto que sofreu na noite anterior. Ficou sem roupa. Noutro, a palhaçada é brincar de simular assaltos contra figurantes. Quase todos perdem um celular e saem correndo em desespero. Tem também o marido que chega bêbado em casa com um facão na mão, enquanto a esposa faz de tudo para esconder os inúmeros amantes, inclusive Soró, dependurado num trapézio.

O show, que custa 5 reais, fala de problemas reais que pessoas reais do país real vivem. E ao rirem deles fazem uma terapia. Intelectuais chamariam de catarse. Palhaçada é a terapia da plebe.

Durante todo o espetáculo, um locutor invisível fala um português absolutamente compreensível. Tão compreensível que dispensa concordâncias. Os artistas reverberam a brasilidade de seus sotaques nordestinos. E crianças e adultos são envolvidas naquela fantasia. E lá no alto, no olimpo daquilo tudo, reina o palhaço Soró.

Ah como senti inveja dele! Queria um dia, um dia só, passear pelas ruas de uma cidadezinha e ouvir alguém falando assim de mim:
– Viu? É o palhaço Soró…
Cimberley Cáspio
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