EUA:presidente declara emergência na saúde americ.
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EUA:presidente declara emergência na saúde americ.
EUA: presidente Trump declara emergência na saúde pública americana.
Por Lioman Lima - BBC - reproduzido e editado p/Cimberley Cáspio
Epidemia sem precedentes de consumo e dependência de drogas opioides, gerou uma crise de saúde que levou os Estados Unidos a declarar, na semana passada, uma emergência de saúde pública que tem deixado mais mortos que a guerra do Vietnã e do Afeganistão juntos, sem que um tiro fosse disparado. 60 mil mortos só no ano passado.
A causadora de toda a tragédia é a gigante farmacêutico mundial Purdue Pharma, com sua sede em Stamford, Connecticut.
O problema começou em 1995, quando lançaram no mercado o OxyContin, um medicamento para a dor, com base em opioides, que era quase três vezes mais forte que a poderosa morfina.
"O OxyContin é um analgésico que se sintetiza a partir da tebaína, uma substância presente no ópio. Ou seja, é da família da heroína", explica à BBC Mundo o médico Brandon Marshall, professor de epidemiologia da Universidade de Brown, em Rhode Island.
Além da capacidade de neutralizar a dor, esse remédio tem um potencial perigosamente alto de gerar dependência, ressalta Marshall.
"Antes do surgimento do OxyContin, era muito raro os médicos prescreverem opioides para combater a dor, mas foi tão grande a campanha de marketing realizada pela Pardue Pharma que o OxyContin se converteu num êxito de venda", diz Marshall.
As autoridades dos Estados Unidos aprovaram o medicamento naquele mesmo ano, em 1995, e já em 2001 as vendas alcançaram US$ 1,6 bilhão, superior às vendas do Viagra.
Uma investigação realizada por Marshall e publicada no American Journal of Public Health indica que, desde a aprovação do OxyContin, várias farmacêuticas se engajaram em ações de marketing e "subornos" para convencer os médicos a prescrever opioides.
Vários especialistas consultados pelas publicações New Yorker e Enquire também argumentaram que a campanha levada a cabo pela Pardue Pharma contribuiu para que a prescrição desse tipo de medicamento fosse menos rigorosa, aumentando o número de dependentes entre a população.
Só em 2012, médicos prescreveram mais de 282 milhões de receitas de analgésicos opioides, incluindo OxyContin, Vicodin e Percocet, uma quantidade que equivale a quase um frasco para cada habitante dos Estados Unidos.
De acordo com pesquisa de Marshall, entre agosto de 2013 e dezembro de 2015, várias empresas farmacêuticas, entre elas a Pardue Pharma, pagaram mais de US$ 46 milhões a 68 mil médicos em todo o país por meio de refeições, viagens e honorários para os incitar a receitar opioides.
Mas à medida que o consumo desses medicamentos aumentava nos EUA , o uso de opioides causava uma catastrófica epidemia com uma magnitude de mortes sem precedentes.
Hoje, a situação saiu do controle, e na semana passada, o presidente Donald Trump precisou declarar emergência de saúde pública.
Foto GETTY IMAGES - Trump declou na quinta que a crise de dependência em substâncias derivadas do ópio nos Estados Unidos, como a heroína, é uma emergência de saúde pública.
Dados fornecidos pela Agência de Investigação e Qualidade de Assistência Médica dos Estados Unidos indicam que, no ano passado, mais de 60 mil pessoas morreram no país por overdose de opiáceos (substâncias derivadas do ópio). "E o OxyContin está na base de tudo", assegura Marshall.
"Agora sabemos que as agressivas estratégias de marketing implementadas pela Purdue Pharma (e outras empresas) para promover o tratamento de dores crônicas com opioides receitados e as táticas que minimizaram as informações sobre risco de dependência foram o fator chave da crise atual", assegura.
De acordo com especialistas, estes medicamentos estão na base do surto de dependência e a epidemia de opiáceos vivida hoje pelos Estados Unidos.
A Purdue Pharma se declarou culpada de enganar o público sobre o risco de vício em OxyContin, em 2007, e foi obrigada a pagar uma multa de mais de US$ 600 milhões, um dos maiores acordos farmacêuticos da história dos Estados Unidos.
No entanto, em um comunicado enviado à BBC Mundo, a empresa alegou que as propagandas de seus produtos são feitas em cumprimento com as regras da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) - agência dos Estados Unidos que controla a venda de medicamentos.
"Compartilhamos a inquietude sobre a crise de opiáceos e temos tomado medidas significativas para ajudar a abordá-la, que incluem a limitação significativa da propaganda de nossos produtos aprovados pela FDA", diz o texto.
Em um discurso na semana passada, para declarar emergência de saúde pública, Trump estranhamente não mencionou a responsabilidade das farmacêuticas na crise atual dos opioides, que "apesar dos riscos conhecidos associados à prescrição de opioides, e mesmo com a epidemia em andamento, algumas empresas farmacêuticas continuam comercializando amplamente estes produtos, uma loucura", afirmou Marshall.
Por Lioman Lima - BBC - reproduzido e editado p/Cimberley Cáspio
Epidemia sem precedentes de consumo e dependência de drogas opioides, gerou uma crise de saúde que levou os Estados Unidos a declarar, na semana passada, uma emergência de saúde pública que tem deixado mais mortos que a guerra do Vietnã e do Afeganistão juntos, sem que um tiro fosse disparado. 60 mil mortos só no ano passado.
A causadora de toda a tragédia é a gigante farmacêutico mundial Purdue Pharma, com sua sede em Stamford, Connecticut.
O problema começou em 1995, quando lançaram no mercado o OxyContin, um medicamento para a dor, com base em opioides, que era quase três vezes mais forte que a poderosa morfina.
"O OxyContin é um analgésico que se sintetiza a partir da tebaína, uma substância presente no ópio. Ou seja, é da família da heroína", explica à BBC Mundo o médico Brandon Marshall, professor de epidemiologia da Universidade de Brown, em Rhode Island.
Além da capacidade de neutralizar a dor, esse remédio tem um potencial perigosamente alto de gerar dependência, ressalta Marshall.
"Antes do surgimento do OxyContin, era muito raro os médicos prescreverem opioides para combater a dor, mas foi tão grande a campanha de marketing realizada pela Pardue Pharma que o OxyContin se converteu num êxito de venda", diz Marshall.
As autoridades dos Estados Unidos aprovaram o medicamento naquele mesmo ano, em 1995, e já em 2001 as vendas alcançaram US$ 1,6 bilhão, superior às vendas do Viagra.
Uma investigação realizada por Marshall e publicada no American Journal of Public Health indica que, desde a aprovação do OxyContin, várias farmacêuticas se engajaram em ações de marketing e "subornos" para convencer os médicos a prescrever opioides.
Vários especialistas consultados pelas publicações New Yorker e Enquire também argumentaram que a campanha levada a cabo pela Pardue Pharma contribuiu para que a prescrição desse tipo de medicamento fosse menos rigorosa, aumentando o número de dependentes entre a população.
Só em 2012, médicos prescreveram mais de 282 milhões de receitas de analgésicos opioides, incluindo OxyContin, Vicodin e Percocet, uma quantidade que equivale a quase um frasco para cada habitante dos Estados Unidos.
De acordo com pesquisa de Marshall, entre agosto de 2013 e dezembro de 2015, várias empresas farmacêuticas, entre elas a Pardue Pharma, pagaram mais de US$ 46 milhões a 68 mil médicos em todo o país por meio de refeições, viagens e honorários para os incitar a receitar opioides.
Mas à medida que o consumo desses medicamentos aumentava nos EUA , o uso de opioides causava uma catastrófica epidemia com uma magnitude de mortes sem precedentes.
Hoje, a situação saiu do controle, e na semana passada, o presidente Donald Trump precisou declarar emergência de saúde pública.
Foto GETTY IMAGES - Trump declou na quinta que a crise de dependência em substâncias derivadas do ópio nos Estados Unidos, como a heroína, é uma emergência de saúde pública.
Dados fornecidos pela Agência de Investigação e Qualidade de Assistência Médica dos Estados Unidos indicam que, no ano passado, mais de 60 mil pessoas morreram no país por overdose de opiáceos (substâncias derivadas do ópio). "E o OxyContin está na base de tudo", assegura Marshall.
"Agora sabemos que as agressivas estratégias de marketing implementadas pela Purdue Pharma (e outras empresas) para promover o tratamento de dores crônicas com opioides receitados e as táticas que minimizaram as informações sobre risco de dependência foram o fator chave da crise atual", assegura.
De acordo com especialistas, estes medicamentos estão na base do surto de dependência e a epidemia de opiáceos vivida hoje pelos Estados Unidos.
A Purdue Pharma se declarou culpada de enganar o público sobre o risco de vício em OxyContin, em 2007, e foi obrigada a pagar uma multa de mais de US$ 600 milhões, um dos maiores acordos farmacêuticos da história dos Estados Unidos.
No entanto, em um comunicado enviado à BBC Mundo, a empresa alegou que as propagandas de seus produtos são feitas em cumprimento com as regras da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) - agência dos Estados Unidos que controla a venda de medicamentos.
"Compartilhamos a inquietude sobre a crise de opiáceos e temos tomado medidas significativas para ajudar a abordá-la, que incluem a limitação significativa da propaganda de nossos produtos aprovados pela FDA", diz o texto.
Em um discurso na semana passada, para declarar emergência de saúde pública, Trump estranhamente não mencionou a responsabilidade das farmacêuticas na crise atual dos opioides, que "apesar dos riscos conhecidos associados à prescrição de opioides, e mesmo com a epidemia em andamento, algumas empresas farmacêuticas continuam comercializando amplamente estes produtos, uma loucura", afirmou Marshall.
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